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foto Ruy Brasileiro Borges
Ruy Brasileiro Borges (Ruy Barbosa - BA, 07/03/1950)



Ruy Brasileiro Borges é natural de Ruy Barbosa, BA (07/03/1950). Sua formação acadêmica em composição foi iniciada na Escola de Música da Universidade Federal da Bahia (UFBA), em 1972. Lá estudou com Jamary Oliveira e Ernst Widmer até o ano de 1976. Em 1979, transferiu-se para a Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), onde estudou com o compositor Almeida Prado, tendo obtido o título de Bacharel em Composição em 1984. Sua formação acadêmica foi complementada a nível de pós-graduação com uma Especialização em Música do Século XX (1987) e com um Mestrado em etnomusicologia (1997), realizados respectivamente nas Universidades Federais da Paraíba (UFPB) e da Bahia (UFBA).

Em 1972, Ruy Brasileiro começou a integrar o grupo de jovens compositores que se apresentavam regularmente nas Apresentações de Jovens Compositores, organizadas anualmente pela Escola de Música da UFBA. Em 1976 já foi detentor do "Prêmio do Público" no Concurso Nacional de Composição "Conjunto de Música Nova da UFBA", com a obra Já disse, ora!. No mesmo ano, o Conjunto Música Nova da Bahia apresentou essa obra no Teatro Municipal de São Paulo e, no ano seguinte, na II Bienal da Música Brasileira Contemporânea.

Nessa ocasião, escreve Damiano Cozzela nas notas do programa do concerto: Ruy Brasileiro faz uma música francamente experimental, já libertada da melodia e da tonalidade, mas com os instrumentos e a orquestra usados de forma ortodoxa. Seu interesse em criticar as coisas tradicionais de música está logo expresso no título desta música, título claramente nonesense.

De fato, nas obras dos últimos anos de 70 e primeiros anos 80, chama atenção a irreverência e a excentricidade dos títulos. Nelas, o compositor usa uma linguagem bastante simples na qual se destacam algumas características: a) ausência quase total de melodia; b) ausência de contrastes dinâmicos; c) presença constante de blocos sonoros (ou planos sonoros) e d) uma regularidade muito grande obtida por meio de repetições. Sem utilizar as regras convencionais do dodecafonismo, percebe-se a intenção constante do compositor em preencher toda a gama cromática (em forma de blocos). Sua peça para flauta solo - 1,2,3,4,5,6,7,8,9,..., I love you mon amour (1974) - é uma exceção ao perfil estilístico acima descrito. Nela observamos na uma melodia muito fluente, onde as dinâmicas são exploradas, e um leve aroma de tonalidade (ré menor) é sentido. Sua "queda" pelo acorde perfeito maior como conclusão, diz o compositor, é uma influência K. Penderecki.

Em sua análise da peça Já disse, ora!, o musicólogo Didier Guigue chama atenção para aspectos que poderiam definir o estilo de Ruy Brasileiro como um típico exemplar de arte povera: anti-sofisticação dos meios composicionais e desinteresse pela estruturação a partir de relações causais entre diversos níveis de construção do discurso. Também descobre em seus títulos a expressão coloquial de uma posição anti-conformista e anti-acadêmica, um chute aos rigores eruditos, uma paquera com o rock rebelde e marginal.

Desde 1987, Ruy Brasileiro é Professor de Matéria Teóricas do Departamento de Música da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Dentre suas atividades profissionais, destacam-se também os cargos de Flautinista e 3o flautista da Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas (1976-84) e Flautinista e 3o flautista da Orquestra Sinfônica da Bahia (1985-86).


LISTA SELETIVA DE OBRAS

Mutação (p/ orquestra). Obra executada na 6a Apresentação de Compositores da Bahia, em 1972, pela Orquestra Sinfônica da UFBA, com regência de Carlos Veiga.

7 Peças Pequenas (p/ orquestra).Obra executada na 8a Apresentação de Compositores da Bahia, em 1974, pela Orquestra Sinfônica da UFBA, com regência de Piero Bastianelli.

Eu vou comer a Terra com água, gente e tudo (p/ 2 flautas, 2 clarinetes, trompa e piano). Obra executada por músicos da Orquestra Sinfônica da UFBA, em 1975.

A vaca pariu! A vaca pariu! Dancem! A vaca pariu! A vaca pariu! (p/ 11 instrumentos). Obra executada no Concurso Nacional de Composição "Conjunto de Música Nova da UFBA", em 1975, pelo Conjunto Música Nova da UFBA, com regência de Piero Bastianelli.

Já disse, ora! - Ora o que? Hora de relógio?! - Não; ora! ora! O.R.A. (p/ 13 instrumentistas). Obra executada pelo Conjunto Música Nova da UFBA, com regência de Piero Bastianelli, nos seguintes eventos:

a) Concurso Nacional de Composição "Conjunto de Música Nova da UFBA", em 1976. (neste concurso, a obra recebeu o "Prêmio do Público");

b) "Música Brasileira Hoje", realizado no Teatro Municipal de São Paulo, em 1976;

c) II Bienal de Música Brasileira Contemporânea, realizada na Sala Cecília Meireles (RJ), em 1977.

Quando foi que aconteceu? - No inverno passado (p/ orquestra). Obra executada no Centro de Convivência Cultural (Campinas-SP) e no Teatro de Cultura Artística (São Paulo), em 1979, pela Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas, com regência de Benito Juarez.

Tudo azul (p/ orquestra de Câmera). Obra executada no Concurso Nacional de Composição "Conjunto de Música Nova da UFBA", em 1981, pelo Conjunto Música Nova da UFBA, com regência de Piero Bastianelli.

Três vezes sete vinte e um, o número de seu bum-bum (p/ orquestra). Obra executada no Centro de Convivência Cultural (Campinas-SP), em 1981, pela Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas, com regência de Arlindo Teixeira.

1,2,3,4,5,6,7,8,9, ... I love you, mon amour (p/ flauta solo). Obra executada por Fernando Pacífico Homem na "Semana de Música Contemporânea", em Salvador-BA, em 1986.

Duo (p/ 2 trombones). Obra executada no Departamento de Música da UFPB, em 1987, pelos professores Radegundis Feitosa Nunes e Sandoval Moreno de Oliveira.

37 (p/ flauta contralto, corne inglês e clarinete baixo). Obra executadas no Departamento de Música da UFPB, em 1987, por professores do próprio Departamento: Gustavo de Paco de Géa (flauta contralto), Roberto Carlos di Leo (corne inglês) e Santiago Andrés Aldana (clarinete baixo). Foi coreografada por Guilherme Schulze e Rosa Angela Cagliani (bailarinos do Ballet Espaço & Cia de Dança).

Toccata (p/ piano solo). Obra executada por José Henrique Martins no Espaço Cultural de João Pessoa-PB, em 1995.

Sinfonia 1 (p/ orquestra). Obra executada no Auditório da Reitoria da UFBA, em 1996, pela Orquestra Sinfônica da UFBA, com regência de Carlos Anísio de Oliveira e Silva.


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